KPIs financeiros: conheça os 8 principais
Os indicadores-chave de desempenho (KPIs) são fundamentais para que os colaboradores possam acompanhar os resultados de suas operações, e os gestores o desenvolvimento do negócio. Entre essas métricas estão os KPIs financeiros, que têm a finalidade de indicar se a empresa será capaz de alcançar seus objetivos em relação às finanças.
Mesmo que os gerentes de um negócio não tenham alguma formação específica na área de finanças ou economia, eles serão capazes de fazer um diagnóstico da organização e acompanhar sua saúde financeira apenas com a ajuda de apenas alguns indicadores financeiros.
Em razão da importância e da utilidade dos KPIs financeiros, trazemos este artigo que explica os 8 principais que você precisa acompanhar e os benefícios obtidos ao fazê-lo. Confira!
Os principais 8 KPIs financeiros a serem acompanhados
Primeiro, entenda que esses indicadores são aplicados por meio de um ERP — sistema de gestão empresarial. Essa é uma tecnologia que integra os setores do negócio, coleta suas informações, aplica KPIs e os atualiza automaticamente.
Além disso, as métricas podem ser usadas em negócios de diferentes ramos, como indústrias, e-commerces, varejos, atacados e prestadores de serviços. Com isso em mente, veja quais são os KPIs nos tópicos seguintes.
1. Faturamento
O faturamento é um dos KPIs financeiros mais relevantes para a gestão de um negócio. Resumidamente, ele indica quanto a empresa está vendendo e o montante que isso representa em dinheiro.
A melhor forma de usar esse indicador para análises e tomadas de ação é comparando o faturamento real com o que foi planejado anteriormente.
Por exemplo, se o faturamento estiver abaixo do esperado, pode ser necessário tomar medidas para atrair mais clientes, alterar as estratégias de divulgação, pensar em novas campanhas de marketing etc.
Contudo, é preciso, também, saber se os objetivos estipulados condizem com a realidade da empresa e do mercado. Metas ambiciosas demais podem acabar nunca sendo atendidas — causando a desmotivação da equipe de vendas.
Para se chegar ao valor faturado no mês, basta somar qual foi o valor total vendido durante esse período. Sua fórmula é bastante simples:
Todas as receitas obtidas com vendas = faturamento do período
2. Lucratividade
Por meio do indicador de lucratividade, os empreendedores são capazes de compreender melhor qual é o risco do seu negócio. O cálculo do percentual do lucro sobre o faturamento também pode indicar se os custos totais estão elevados ou não.
Há muitos negócios que conseguem obter um bom faturamento mensal, mas não têm capital disponível no final de cada mês. Se o faturamento precise ser muito alto para que a lucratividade seja aceitável, é um sinal de que o risco do negócio é elevado e o gestor deve rever os seus custos.
Para encontrar o índice de lucratividade da sua empresa, primeiro será necessário entender as diferenças entre os seguintes conceitos:
- receita bruta: é o faturamento do negócio, ou seja, todos os ganhos provenientes das vendas;
- lucro líquido: faturamento após deduzir os impostos, tributos, taxas, despesas e custos.
Depois, basta usar a seguinte fórmula:
Lucratividade = (lucro líquido / receita bruta) x 100
O resultado será um percentual que representa o lucro líquido perante toda a receita. Geralmente os gestores operam com lucros entre 10% e 20% do faturamento, mas a porcentagem ideal para seu negócio dependerá de seus objetivos.
3. Endividamento
O grau de endividamento também é um dos indicadores que não podem faltar em uma boa gestão financeira. Como o próprio nome indica, ele aponta qual é o nível de endividamento da empresa, seja perante fornecedores, bancos, instituições financeiras, parceiros, entre outros.
Ainda que o negócio consiga apresentar um resultado positivo, o pagamento das dívidas e juros podem consumir uma fatia maior do que o lucro obtido, o que poderá criar sérios problemas financeiros se o gestor não encontrar as origens do endividamento e resolvê-lo.
Antes de aplicar sua fórmula, também será necessário conhecer dois conceitos:
- passivos: dívidas, compromissos e obrigações da empresa, como contas a pagar, fornecedores etc.;
- ativos: bens e direitos da organização, como dinheiro a receber, caixa, equipamentos, entre outros.
Para chegar ao endividamento, basta dividir os passivos pelos ativos:
Índice de endividamento = (total de passivos / total de ativos) X 100
Quanto maior for o percentual obtido, mais sério é o endividamento do negócio.
4. Custos
Esse KPI ajuda a identificar quais gastos a empresa tem para se manter e auxilia o empreendedor a encontrar soluções que promova reduções ou até a eliminação de gastos supérfluos.
Além de influenciar na lucratividade, uma boa gestão dos custos afeta diretamente o preço de venda dos produtos e dos serviços — o que reflete no grau de competitividade do negócio em seu mercado de atuação. Para gerenciar essa conta, é importante diferenciar os custos fixos dos variáveis:
- fixos: não se alteram independentemente dos resultados do negócio;
- variáveis: podem aumentar ou diminuir conforme a produção, número de clientes, quantidade de serviços prestados, entre outros fatores.
Também é importante diferenciar os custos de despesas. Os primeiros estão ligados às operações principais do negócio — como mão-de-obra, matéria-prima e embalagens. Já as despesas não são afetadas diretamente pela atividade empresarial, exemplos delas são: aluguel do prédio, materiais de escritório e lanches fornecidos aos colaboradores.
Para mensurar os custos, some todos os gastos relacionados às operações durante o mês. Usar o relatório por centro de custos é uma excelente maneira de separar os indicadores por categorias e áreas.
5. Recebimentos
Como faturamento não é garantia de recebimento, é possível que uma empresa alcance valores altos de receita bruta, mas não consiga receber esse valor em sua totalidade. Isso acontece quando empreendedores vendem a prazo e sofrem com a inadimplência, por exemplo.
Para encontrar o índice de recebimentos, utiliza-se a fórmula do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMR):
PMR = (total de duplicatas a receber / total da receita de vendas) x 360
Essa conta apresenta o prazo médio que a empresa leva para receber pagamentos dentro de um ano. Resultados elevados mostram que os clientes demoram muito tempo para fazer o pagamento.
Nesse caso, o ideal é conseguir manter o número de recebimentos bem próximo do número do faturamento. Esse objetivo pode ser alcançado ao parar de conceder crédito aos clientes que já estão inadimplentes — pelo menos enquanto eles não quitam a dívida existente.
6. Rentabilidade
A rentabilidade apresenta o retorno que um investimento proporciona à empresa. Ela também é usada para verificar a capacidade de um projeto ou iniciativa tem de gerar lucros. Um bom exemplo disso é o aumento no faturamento que uma nova campanha de marketing pode causar.
Vale ressaltar que não há um padrão do que pode se considerar como satisfatório. O retorno depende das condições e qualidades do investimento. Sendo assim, enquanto uma iniciativa com rentabilidade de 75% pode não ser o ideal, outra com retorno de 15% pode ser considerada um sucesso.
Entenda seu cálculo:
Rentabilidade = (lucro líquido / investimentos de um projeto) x 100
7. Liquidez
O índice de liquidez representa a capacidade que uma empresa tem de gerar dinheiro no curto prazo (dentro de 12 meses). Sua finalidade é identificar a capacidade da empresa de arcar com compromissos que vencem dentro de um ano.
Um exemplo de ativo com alto índice de liquidez — facilidade de ser transformado em dinheiro — é o estoque de mercadorias. Enquanto o caixa e o capital de giro podem ser utilizados imediatamente para pagar dívidas.
Esse KPI utiliza o conceito de ativo e passivo circulante, que são aqueles com vencimento de até 12 meses. Veja como calculá-lo:
Liquidez corrente = ativos circulantes / passivos circulantes
Quando esse número é baixo, pode ser um sintoma de que o dinheiro está sendo usado em investimentos de longo prazo (período acima de 12 meses), o que pode prejudicar o pagamento de dívidas com prazos menores.
Por outro lado, se ele for muito alto, é sinal de que o dinheiro está sendo mais empregado em estoques ou deixado parado no caixa. O problema disso é que parte do valor poderia ser usado para outros investimentos que garantiriam um retorno maior.
Ainda existem diferentes tipos de liquidez que podem ser aplicados. Confira suas fórmulas e diferenças:
- liquidez seca = (ativos circulantes – estoque) / passivos circulantes. Aqui o estoque não é computado na conta;
- liquidez imediata = capital disponível / passivos circulantes. Essa é uma análise mais conservadora que considera somente o dinheiro em caixa, saldos disponíveis no banco e investimentos que geram retorno rapidamente;
- liquidez geral = (ativos circulantes + realizáveis a longo prazo) / (passivos circulantes + passivos não-circulantes). Abrangem-se competências de médio e longo prazo.
8. Ponto de equilíbrio
Também chamado de breakeven point (BEP), o ponto de equilíbrio é usado para conhecer o valor mínimo de faturamento necessário para arcar com os custos operacionais — evitando que sua empresa tome prejuízos.
Ele pode ser usado para que o gestor possa identificar a meta mínima de faturamento e saber em que ponto as vendas passam a gerar lucros. Há diferentes tipos de pontos de equilíbrio, mas o que se relaciona ao financeiro da empresa é o seguinte:
Ponto de equilíbrio = [custo fixo / (receita – custo variável)/receita total)] x 100
Qual é a importância de acompanhar KPIs financeiros?
Monitorar os KPIs financeiros contribui para o desenvolvimento da sua empresa no mercado pelo fato de aperfeiçoar a tomada de decisão pelos gestores. Esses líderes terão dados exatos, transparentes e concretos acerca da situação financeira do negócio.
Essas informações servirão de base para criar metas mais realistas e alcançáveis, bem como para analisar quais são os setores que mais têm maior retorno financeiro ou custo.
Outro benefício do acompanhamento de KPIs é a fácil identificação de pontos de melhorias. Com a implementação de um ERP, os indicadores serão atualizados em tempo real e permitirá que você identifique agilmente eventuais falhas na gestão e realiza as mudanças necessárias para garantir que os objetivos financeiros sejam alcançados.
Neste post, você conheceu alguns KPIs financeiros que podem — e devem — ser acompanhados por qualquer administrador que almeja sucesso da sua empresa. Mas fique atento às necessidades de controle e às estratégias da empresa, pois só assim são capazes de garantir as melhores operações.
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