Desmistificando o Fluxo de Caixa
O Brasil é um país burocrático com alta carga tributária e pouco acesso ao crédito, é comum o empresário ficar preocupado com as vendas e depois descobrir que o dinheiro está em contas a receber, no estoque ou nas contas inadimplentes. É na organização e no controle do Fluxo de Caixa que as empresas conseguem um equilíbrio financeiro para tomar decisões rápidas e pontuais.
O Fluxo de Caixa é um instrumento de gestão que auxilia na visualização e na compreensão das movimentações financeiras. Não diz respeito ao lucro e sim a quantidade de dinheiro que entra e sai da empresa em um determinado período de tempo (diário, semanal, mensal…), com a finalidade de manter um nível de liquidez que permita saldar os compromissos assumidos nos prazos estipulados, sem a necessidade de recorrer a empréstimos, cheque especial, atrasar pagamento, antecipar recebíveis ou vender parte do imobilizado.
Em resumo, é ter dinheiro para pagar as contas, sendo muito útil para planejar antecipadamente a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos, a reposição de estoque, investimentos, retiradas, promoções de vendas, necessidade de capital de giro e políticas de prazos de pagamentos e recebimentos.
Ele deve ser planejado para o prazo mínimo de três meses, evitando assim sobressaltos. Não são necessários sistemas caros, planilhas em Excel resolvem perfeitamente a questão, para tanto é necessário ter um bom controle de contas a pagar, contas a receber, projeção de vendas e acompanhamento de saldos bancários.
Com o objetivo de auxiliar o empresário a orientar-se, a Projeto DSD Consultores elaborou uma Planilha de Fluxo de Caixa que demonstra os registros diários de entradas e saídas do caixa, possibilitando que o empresário tenha uma visão antecipada do saldo de caixa.
Há momentos em que o desequilíbrio financeiro acontece por vários motivos. Os sintomas mais frequentes são:
- Insuficiência crônica de caixa; e
- Captação sistemática de recursos, através de empréstimos, descontos de duplicatas, antecipação de cheques ou cartões.
É necessário entender as causas prováveis:
- Operação não gera lucro;
- Compras incompatíveis com as vendas;
- Despesas administrativas elevadas;
- Diferenças acentuadas em decorrências dos prazos médios de pagamento e recebimento;
- Diminuição do volume de vendas, imobilizando recursos no estoque;
- Investimento inadequado, aumentando o nível de endividamento;
- Aumento no prazo de vendas, para aumentar participação no mercado;
- Distribuição em lucros com valores incompatíveis com a geração do caixa;
- Custo financeiro elevado;
- Aumento da inadimplência;
- Baixa produção do ativo fixo; e
- Retração do mercado.
Buscar medidas de saneamento:
- Melhorar o sistema de cobrança;
- Controle rígido de custos e despesas;
- Aumento do giro do estoque;
- Diminuição do prazo de recebimento;
- Negociar aumento do prazo de pagamento a fornecedores;
- Desmobilização de ativos ociosos;
- Postergar ao máximo o pagamento de contas, sem prejudicar o crédito da empresa; e
- Aumento do capital, através do aporte de novos recursos.