A importância do planejamento e controle de produção (PCP) na logística
O Planejamento e Controle de Produção (PCP) é uma ferramenta estratégica e muito relevante para uma indústria que deseja aprimorar sua logística e aumentar sua competitividade no mercado, já que ela traz benefícios como melhores resultados, minimização de custos, redução de desperdícios, entre outras vantagens de curto ou longo prazo.
A logística compreende desde o recebimento de um pedido do cliente, até a sua entrega final do produto, e o PCP participa de todas as etapas do processo, como a recepção de matéria prima, processo de fabricação, e atendimento da necessidade do cliente, carregamento, atendendo datas de entrega e garantindo a qualidade no processo.
Com a leitura desta publicação, um gestor de uma indústria entenderá o que exatamente é o PCP, como implementá-lo e aproveitar de seus benefícios. Consequentemente, ele conseguirá aumentar a eficiência da sua organização. Acompanhe!
O que é e para que serve o planejamento e controle de produção (PCP)?
O Planejamento ou Plano de Controle de Produção é um sistema de gestão que envolve todas as operações desenvolvidas na indústria. Ele organiza qualquer tipo de demanda de produção na supply chain (cadeia de suprimentos) e direciona para o chão de fábrica executá-las.
Outra de sua funcionalidade é o de controlar a execução do programa criado, o que é feito ao garantir que ele seja padronizado e consolidar suas informações no sistema de gestão utilizado pela organização.
Consiste em determinar quais e quantos produtos finais devem ser produzidos em cada um dos períodos do horizonte de planejamento, de forma que possa atender à demanda, não violar a capacidade da produção e minimizar os custos.
Com isso, podemos afirmar que o PCP proporciona uma melhor conexão entre o chão de fábrica e a mesa diretora, permitindo que esse último gerencie melhor os recursos utilizados e as atividades desempenhadas pelos primeiros.
Uma das maiores contribuições do PCP é de equalizar a demanda com a capacidade de produção no curto, médio e longo prazos, de forma a manter disponibilidade de atendimento e ainda assim conseguir estabelecer um nível de utilização que mantenha a organização competitiva em termos de produção (Olhager e Johansson, 2012).
Como funciona e quais são as diretrizes desse sistema?
O PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender, da melhor maneira possível, os planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e operacional.
No nível estratégico, as políticas estratégicas de longo prazo da empresa são definidas, gerando assim o planejamento estratégico da produção, que consiste em estabelecer um plano de produção para determinado período, segundo as estimativas de vendas e disponibilidade de recursos financeiros e produtivos.
Quando falamos em nível tático, é importante estabelecer os planos de médio prazo para a produção, desenvolvendo o Planejamento – mestre da produção para obtenção do Plano Mestre da Produção – PMP.
Este plano só será possível se for compatível com as decisões tomadas em longo prazo, previstas no planejamento estratégico da produção, como a aquisição de equipamentos, negociação com fornecedores, etc.
Já no nível operacional, são preparados os programas de curto prazo de produção, realizando acompanhamentos dos mesmos para a programação da produção, administração dos estoques sequenciados, emitindo e liberando as ordens de compras, fabricação e montagem, bem como executando o acompanhamento e controle da produção.
Para colocar em prática, os gestores devem entender que o PCP não é de responsabilidade somente de uma área da indústria, mas de todos os indivíduos ligados à produção. Isso significa que a sua implementação deve ser feita em conjunto com todos os setores, determinando as responsabilidades de cada colaborador.
Em razão do CPC impactar todo o negócio e atender a qualquer tipo de demanda — seja política de estoque, análise de reposição, pedido de venda, entre outras —, suas funções abrangem três diretrizes que serão explicadas a seguir.
Planejamento
Consiste na definição de cada demanda que deverá ser atendida pela produção. Além disso, é estabelecido como acontecerá esse atendimento dentro do horizonte do plano e quando os bens serão produzidos.
Programação
Trata-se da indicação dos recursos que são utilizados em cada operação, desde o começo do fluxo produtivo até a sua finalização. Isso é feito com base na capacidade de produção da indústria e priorização.
Controle
Aqui é feito o monitoramento das atividades por meio da coleta de dados das atividades produtivas e feedbacks do chão de fábrica. Essas informações são relevantes para que os gestores saibam mais precisamente a quantidade de recursos necessários para produção, bem como identifiquem pontos de melhoria e erros ou desvios.
Também é possível verificar outros pontos, como o leiaute da fábrica, a quantidade de bens a serem produzidos, mapeamento das etapas do processo e delimitação de quais atividades serão manuais ou automatizadas.
Plano Mestre de Produção (PMP)
O plano mestre de produção (PMP) é uma das etapas mais importantes do processo de planejamento.
É durante sua execução que são avaliados o processo da capacidade de produção, quantidades disponíveis em estoque e demandas são compatibilizadas.
O plano mestre bem elaborado proporciona uma produção com segurança necessária para sua produção fornecer ao setor de vendas e/ou marketing uma opção de prazos, para o setor de compras uma opção mais clara do que comprar e para sua produção visibilidade do que produzir.
Implementação do PCP
O PCP está presente nos mais variados setores de uma empresa, administrando as informações vindas de várias áreas do sistema produtivo.
Da Engenharia do Produto, por exemplo, são necessárias informações contidas nas listas de materiais de desenhos técnicos.
Da Engenharia de Processo, os roteiros de fabricação e os leads times são de extrema importância.
No Marketing buscam-se os planos de vendas e pedidos firmes. Já a manutenção fornece os planos de manutenção. O setor de compras e suprimentos informa as entradas e saídas dos materiais em estoques.
Dos Recursos Humanos são necessários os programas de treinamento. E, por fim, a área de finanças fornece o plano de investimentos e o fluxo de caixa, entre outros relacionamentos.
Partindo desde a definição da equipe responsável pelo PCP, até a implantação de um sistema, essas são as 10 etapas de implementação do PCP:
1) Definição da equipe responsável pelo Projeto PCP;
2) Sensibilização na empresa sobre a importância do PCP;
3) Nivelamento do conhecimento na empresa em PCP;
4) Caracterização do tipo de sistema produtivo da empresa;
5) Análise das características básicas e das especiais do sistema produtivo;
6) Análise do sistema atual;
7) Sistematização e simplificação do sistema produtivo atual;
8) Definição e especificação dos requisitos para um sistema de PCP;
9) Seleção ou desenvolvimento do sistema;
10) Implementação do sistema.
Atividades típicas do PCP
Planejamento Estratégico de Produção → É definida a estratégia de produção a ser adotada e que deverá estar compatível com o planejamento estratégico da corporação, além da sintonia com os planejamentos estratégicos de marketing e finanças. É definido o plano de produção estabelecido em função do plano de vendas de uma empresa.
Planejamento-Mestre da Produção → Onde são definidas as quantidades de produtos que deverão ser produzidos em cada período.
Programação da Produção → Onde são emitidas as ordens de compra, de fabricação e montagem.
Acompanhamento da Produção → Consiste na verificação se a execução está de acordo com o planejado.
Quais são as principais vantagens do PCP?
Implantar o PCP assegura vantagens à indústria de forma generalizada, ou seja, alcança todos seus setores, o chão de fábrica e a mesa diretora. Entenda quais são eles a seguir.
Integração de setores
Quando as diferentes áreas de uma indústria operam de forma separada — sem estarem interligadas —, ocorrem muitos gargalos, entraves e problemas. Isso acontece, por exemplo, quando o vendedor tenta realizar a venda de um produto, mas não sabe se tem ele no estoque ou a quantidade suficiente solicitada pelo cliente — o que é chamado de ruptura de estoque.
Entretanto, o PCP deve ser seguido pelos colaboradores de todas as áreas do negócio. Ele centraliza as informações, traz uma conexão fluida e faz com que todo o pessoal trabalhe com maior sinergia. Graças a esse benefício, é possível alcançar as metas de receita, eficiência e custo com mais facilidade ou até mesmo ampliá-las.
Melhor acompanhamento da produção
Não é fácil monitorar todas as ordens de produção em uma indústria, sendo crucial ter um controle bem estruturado e amplo sobre todas as áreas. O PCP possibilita que os gestores acompanhem de perto as atividades produtivas, quando ocorrem e qual é a ligação entre elas.
Aprimoramento da tomada de decisões
Graças ao controle mais amplo e preciso do fluxo produtivo, os gestores terão dados reais, transparentes e relevantes sobre o negócio. Com isso, eles poderão tomar melhores decisões para aumentar a eficiência do negócio.
Imagine que um determinado setor sofre várias interrupções durante um dia, os administradores identificam se o entrave ocorre por questões técnicas dos equipamentos, pela ociosidade dos colaboradores ou demora na troca de informações com outra área. Com a informação em mãos, pode-se fazer as mudanças necessárias para corrigir o problema.
Redução de custos
A economia de custos é alcançada quando os gestores passam a controlar melhor seus recursos, tornar o estoque mais enxuto, minimizar a quantidade de insumos necessários para produção e diminuir desperdícios.
Como também, a maior integração entre os setores os torna mais eficientes, o que otimiza as atividades dos colaboradores e aumenta o valor de cada hora laborada por eles.
Sistematização do processo produtivo
O PCP interliga todos os colaboradores de diferentes áreas ao mesmo planejamento operacional, o que faz com que os envolvidos estejam alinhados para alcançar os mesmos objetivos e metas, estejam sincronizados, entendam claramente o funcionamento do fluxo produtivo e saibam o papel de cada indivíduo que faz parte dele.
Como usar um sistema ERP no PCP?
Para implantar o PCP eficientemente, é necessário usar um Sistema de Gestão (ERP) feito especialmente para indústrias, como o desenvolvido pela Iuven, chamado Iuven ERP, para micro e pequenas indústrias, ou até o SAP Business One para Médias e Grandes Empresas. Essa é uma tecnologia com a finalidade de otimizar a produtividade da organização, automatizar atividades burocráticas e ampliar controle pelos gestores.
Graças ao ERP, é possível ter uma visão ampla de toda a indústria e analisar minuciosamente seus processos, desde a captação dos materiais até a finalização do produto. Assim, o administrador consegue aplicar todas as diretrizes do PCP no campo prático e aproveitar de seus benefícios.
Na prática, o sistema disponibiliza recursos como:
- gestão de ordem de produção e seus prazos;
- criação e aplicação de métricas (KPIs);
- administração mult-estoque e multi-empresas;
- gestão dos recursos e tempo de produção;
- recomendação de compra de materiais, insumos e matéria-prima;
- CRM para gestão de oportunidades e clientes; entre outros.
Ao aplicar minhas dicas e implementar um Planejamento e Controle de Produção (PCP), você conseguirá melhorar a qualidade e ampliar o volume de produção simultaneamente. Entretanto, será necessário utilizar um ERP para indústrias que sejam especializadas, complexas e flexíveis.
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